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Exigências do consumidor afetam toda a cadeia tritícola

Atualmente, o consumidor brasileiro aumentou seu índice de exigência na hora da compra. E, com o pãozinho de cada dia, por exemplo, também não é diferente. Por isso, para não perder clientes, as padarias passaram a exigir mais qualidade dos moinhos e, estes por sua vez, cobram mais qualidade dos produtores e armazenadores da matéria-prima até chegar à ponta da cadeia tritícola: o fornecimento de genética.

"É comum ver que as pessoas vão à padaria, compram um pão e, se gostarem, fidelizam ao estabelecimento e continuam comprando o produto. Se o nível de qualidade começar a cair, o consumidor tem a opção de trocar de estabelecimento", analisa Lorenzo Mattioni Viecili, Gerente Comercial da Biotrigo Genética, empresa de melhoramento genético de cultivares de trigo.

O especialista explica que para entregar um bom produto final é preciso utilizar os recursos tecnológicos disponíveis em pesquisas, por exemplo, para entender o que cada região produtiva precisa. Para isso, é necessário um bom planejamento de safra para que a colheita atinja bons resultados. Escolher o tipo de cultivar que irá plantar, analisar a qualidade industrial que será entregue no final do ciclo e pensar em como será o armazenamento são estratégias que podem auxiliar na hora de fazer um bom negócio e entregar a qualidade que o consumidor procura.

"Temos no Brasil solos e altitudes diferentes. Por isso, devemos buscar sempre um tipo de planta que se adapte às diferentes regiões. A cultivar deve ser estável, produtiva e que resulte em segurança para o produtor no campo", ressalta.

Uma das saídas para que o produtor consiga mais liquidez é fazer uma armazenagem de segregação por cultivar. No caso dos produtores que dependem de cooperativas, o especialista aponta que uma das saídas é entrar num acordo no processo para que se tenha uma diminuição de cultivares no mercado, com direcionamento e segregação por grupos de cultivares homogêneas para determinado nicho. "É preciso ter foco na produção, recebimento e negociação. Quem não participa deste processo pode titubear e achar que não terá uma recompensa pelo trabalho que demanda. No entanto, ele terá mais liquidez ao ofertar ao mercado essa segregação. Liquidez é uma venda rápida e pode ser que venha com bons preços, tudo depende do mercado", salienta.

A segregação, além de ser uma ótima oportunidade para os produtores, também atende aos moinhos, que demandam por trigo de qualidade. "Se a cadeia tritícola se organizar, realizar a segregação e disponibilizar armazenamento se torna possível a disponibilização dessa matéria-prima de qualidade para o mercado nacional", finaliza. 


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