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Importação e demanda de trigo para ração garantem elevação do preço

No centro, o mediador, Christian Saigh, Edson Csipai (dir) da Bunge, Roberto Padovani (esq) do Banco Votorantim.

No centro, o mediador, Christian Saigh, e os palestrantes, Edson Csipai (dir), da Bunge e Roberto Padovani (esq), do Banco Votorantim.

O Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo) reuniu, na quinta-feira (02/06), representantes do setor de trigo para debater Mercado e Perspectivas Econômicas para 2016/2017, na sede da Fiesp, em São Paulo. Um dos pontos discutidos no Seminário foi o movimento do setor, que tem garantido a alta de preço do cereal no mercado interno.

A justificativa para as cotações de trigo terem disparado no último mês, além de não haver grandes estoques do cereal colhido em 2015 na América do Sul, foi a demanda por indústrias de carnes e fabricantes de ração para substituição do milho - cujos preços subiram ainda mais.  "Já há lotes comprados de trigo americano pra chegar no Brasil em meados de agosto, mais tardar primeira semana de setembro, e provavelmente com a isenção da TEC - 10% (imposto de importação) para países fora do Mercosul," diz o mediador do debate, Christian Saigh, presidente do Sindustrigo.

O palestrante Edson Csipai, diretor de abastecimento de trigo da Bunge, também defendeu os mesmos fatores como motivadores da elevação dos preços. "Tivemos um a safra muito ruim no Rio Grande do Sul, afetada pelo clima e uma colheita também complicada na Argentina. Além disso o milho ajudou na alta dos preços", destaca Csipai.

A expectativa, segundo dados trazidos ao público do Seminário, é de que a importação até novembro seja em grande parte oriunda dos EUA."A Argentina vem forte na próxima safra (dezembro), até lá seremos abastecidos de trigo norte-americano, cerca de 13% mais caro", ressalta Saigh.

O panorama econômico foi apresentado por Roberto Padovani, economista chefe do Banco Votorantim. Segundo ele, o equilíbrio do mercado, afetado com a redução de produção por conta do aumento de custo e queda de consumo está na recuperação da economia, "temos uma baixa no consumo, contração de crédito e baixa confiança. Contudo, a entrada do novo Governo tem mostrado sinais de estabilidade econômica para 2017/2018".

 


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