Seguindo a tendência de crescimento nacional da safra de
trigo, São Paulo apresenta em 2022 um novo recorde de produção para o cereal,
superando as 500 mil toneladas. Este número foi compilado pelo Sindicato da
Indústria do Trigo de São Paulo (Sindustrigo) reunindo informações de cinco
cooperativas e cerealistas do estado.
Esse número supera a projeção da última reunião da Câmara
Setorial do Trigo paulista, realizada em setembro em Capão Bonito (SP). Na
ocasião, era esperada uma produção de 400 mil toneladas do grão, o que já seria
o recorde do estado. "Graças à união e cooperação de todo o setor, além
das condições favoráveis para o desenvolvimento do cereal, conquistamos esse
resultado extremamente positivo para a nossa cadeia do trigo. Isso demonstra
toda a capacidade e comprometimento dos profissionais envolvidos no processo de
produção do grão em São Paulo", detalha o Presidente da Câmara Setorial,
Ruy Zanardi.
Ao longo de 2022, as reuniões da Câmara Setorial
estabelecerem perspectivas otimistas para a produção paulista. Porém, o
resultado final obtido superou as expectativas da cadeia produtiva do estado.
“Nossa projeção inicial apontava uma safra de 400 mil toneladas de trigo e o
número que obtivemos foi 100 mil toneladas superior. Esse é um momento muito
importante para o setor tritícola em São Paulo, pois fomenta o trabalho não só
da indústria moageira, mas também das áreas de panificação, massas, bolos, que
transformam o trigo em alimento para a população”, reforça Zanardi.
O cenário político e econômico mundial, marcado pelo conflito
entre Rússia e Ucrânia, e a influência de fatores climáticos afetaram o mercado
e a disponibilidade de trigo pelo planeta. O aumento da produção no Brasil e no
estado de São Paulo, segundo o Presidente da Câmara setorial, veio num momento
importante, considerando, também, a quebra da safra da Argentina em função da
intensa seca enfrentada pelo país.
“Nós vivemos num momento de muitas incertezas, sejam elas de
disponibilidade de trigo e fertilizantes, de oscilação de preços, de
interferência do clima no desenvolvimento do cereal nos países que exportam
para o Brasil. Nesse sentido, o fato de estarmos ampliando o estoque de trigo
nacional disponível para os moinhos é positivo”, afirma.
Mesmo com as perspectivas para 2023 ainda apontando desafios
para o setor, em decorrência da instabilidade do mercado internacional, Ruy
Zanardi pondera que a cadeia do trigo paulista deve se orgulhar do resultado de
2022 e trabalhar cada vez mais arduamente para seguir trazendo bons resultados
nos próximos anos.
“Conseguimos lutar contra todas as adversidades desse ano e
produzir mais de 500 toneladas de trigo, um marco histórico para os paulistas.
Espero que esse número incentive todos os elos da cadeia a continuarem dando o
seu melhor para alimentar a população de São Paulo e posicionar o estado como
um importante player no cenário nacional do trigo”, conclui.