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Clima adverso derruba safra de trigo no Paraná

O clima adverso em regiões produtoras do Paraná tende a provocar forte queda na colheita brasileira de trigo este ano, como confirmaram novas estimativas divulgadas ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado do Sul responde por metade da safra do país.

De acordo com a Conab, o Paraná produzirá 2,6 milhões de toneladas do cereal, 23,7% menos que no ano passado, e, com isso, o total nacional ficará em 5,2 milhões de toneladas, uma queda de 22,9%. De acordo com o IBGE, a queda estadual será de 8,1% e a nacional alcançará 18,8%. "Desde o plantio, o clima vem impondo restrições ao desenvolvimento das lavouras, o que se reflete na queda de 4,4% no rendimento médio", diz análise que faz parte do levantamento divulgado pelo IBGE. Mesmo diante da forte redução da oferta brasileira, a Conab prevê que as importações brasileiras atingirão 7 milhões de toneladas, ante 7,1 milhões no ano passado. Isso por conta, basicamente, da redução do consumo de alguns derivados no país, sobretudo de maior valor agregado.

A queda, mínima, manterá o Brasil como um dos maiores importadores de trigo do mundo. Mas o cereal é uma das poucas exceções - entre as grandes culturas, a única. Depois dos problemas causados pelo El Niño no ciclo 2015/16, a temporada 2016/17 foi de recuperação.

Segundo as estimativas divulgadas ontem pela Conab, a produção de soja chegou a 114,1 milhões de toneladas, com um aumento de 19,5%, e a de milho (primeira e segunda safras) alcançará 97,7 milhões de toneladas, um impressionante incremento de 46,9%. Volumes que colaboraram decisivamente para os saltos do PIB da agropecuária no primeiro e no segundo trimestres deste ano, e que ajudam a manter os preços mais baixos, aliviando os índices inflacionários.

No total, a Conab passou a estimar a produção nacional de grãos em 2016/17 em 238,7 milhões de toneladas, 27,9% acima de 2015/16. Já o IBGE ajustou sua projeção para 240,9 milhões de toneladas, aumento de 30,4% na comparação. Os volumes de soja, milho e total representam novos recordes. (Colaborou Fernando Lopes)

Fonte: Valor Econômico
 


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