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Entrevista com Nelson Montagna, ex-presidente da Câmara Setorial do Trigo

Nelson Montagna, economista e gerente de suprimento de trigo do Moinho Anaconda S.A, com mais de 25 anos de experiência no mercado de commodities agrícolas conversou com o Sindustrigo sobre sua experiência à frente da presidência da Câmara Setorial do Trigo.

 

Sindustrigo: Você acaba de passar a presidência da Câmara Setorial para sr. Maurício Ghiraldelli, após 2 anos à frente das reuniões. O que você considera de mais significativo no trabalho que foi desenvolvido durante esse período?

Nelson - Sem dúvida o aumento da produção no Estado passando de aproximadamente 130.000 toneladas para 260.000 toneladas e o estudo encomendado pelo Sindustrigo sobre a produção e comercialização do trigo que propiciou traçar um diagnóstico da triticultura no Estado. Agora temos não somente informações mais detalhadas, mas também propostas de ações para atingirmos os objetivos de melhor integração da cadeia.

 

Sindustrigo: Você acha que a indústria e o produtor estão mais próximos? Notou um fortalecimento na relação deles?

Nelson - Quando olho para trás lembro a 1º reunião que tivemos. As vozes dissonantes entre os elos da cadeia eram associadas a atitudes antagônicas. Hoje, entretanto, saio com a satisfação de ter deixado um ambiente de maior entendimento e alinhamento entre o setor produtivo e a indústria. Todos têm objetivo de fazer o melhor em suas áreas de atuação.

A conscientização dos produtores sobre o tamanho do mercado, a demanda existente e a busca constante pela melhoria da qualidade e padronização dos tipos de trigos cultivados devem ser nossos objetivos permanentes.

 

Sindustrigo: Qual é o principal gargalo que precisa ser solucionado entre indústria, cooperativas e produtores?

Nelson - Certamente a busca pela melhoria dos trigos cultivados no Estado e o aumento da produção.

                                                                                                       

Sindustrigo: E quanto ao Poder Público, mais especificamente a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e ao Governo Federal, o que eles poderiam fazer para auxiliar o setor de moagem e de triticultura de São Paulo?

Nelson - Prover recursos materiais e financeiros para a manutenção de pesquisas relacionadas à cultura do trigo. Precisamos de sementes adequadas às nossas zonas de produção.

 

Sindustrigo: Qual a sua expectativa para o próximo ano considerando a realidade do setor, a realidade política e econômica do país e as variações no mercado internacional?

Nelson - Devido a uma situação pontual de mercado conjugando preços do milho extremamente compensadores, a expectativa de uma maior oferta de trigo argentino na safra 16/17 e preços internacionais deprimidos, devemos ter uma redução da safra em cerca de 15%. Isso não só em São Paulo, mas também no Paraná. Acredito que esse é apenas um ciclo de acomodação de preços que devem se recuperar ao longo dos anos.  Acredito que o produtor tem experiência e percepção dessa realidade para responder como o aumento de produção do trigo.


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